Quem quer ser narrador em tempos de seguidor?

Seu mundo é uma réplica do mundo que foi visto antes de você nascer.

Nos dizem o que ver. Nos mostram como veem.

Nos dizem o nosso nome. Nos apontam com etiquetas nos dedos.

Toda gravação parece autêntica até que alguém peça os direitos sobre ela.

Quem te emprestou a lente que você usa pra olhar o mundo?

Quem narra a sua história?
Quem dentro de você te move ou te para?

Enxergamos o mundo pela lente dos nossos cuidadores que nomearam o mundo pra nós na nossa infância.

Se tornar adulto é se despedir da fita como lente e transformar em contraste com aquilo que se permite ver por si.

Amadurecer é se tornar consciente dos próprios desejos e narrar a sua própria história.

Aceitar a liberdade de ser com a consciência da responsabilidade sobre essa escolha.

Quem quer ser narrador em tempos de seguidor?

Quem quer realmente abandonar a velha fita rebobinada pra gravar em fita virgem a história a partir da sua ótica?

A verdade é que sempre haverá um eco ancestral e cultural em nossas narrativas, mas há de ter algo novo pra que a sua vida como indivíduo se faça ter algum valor como produção cultural na humanidade.

O que realmente é seu na sua vida que vai fazer diferença na vida de pelo menos uma pessoa próxima à você?

Qual é a história que você conta sobre coisas que você realmente escolheu fazer das quais tem orgulho e te fazem se admirar?

Se a sua vida fosse um álbum musical, qual seria o nome? Quem compraria? O que você sentiria se a sua voz se torna-se parte da fita de quem você ama?

Chega de rebobinar a fita dos outros. Grave um álbum seu e convide aqueles que valorizam a sua voz no mundo.

É hora do show. E não é sobre fama, é sobre coragem.